O lixo nosso de cada dia
Diariamente, assistimos as mais variadas condutas em relação ao “lixo nosso de cada dia”, conflitos, intolerância, síndromes, infrações e até crimes provocados pela geração e/ou descarte de resíduos. A geração de resíduos é antropogênica e verifica-se que do berço ao túmulo os homens, geram cada vez mais em intensidade e diversidade. Soma-se a essa característica os modelos econômicos e estilos de vida insustentáveis adotados por comunidades.
Um cidadão norte americano consome energia por 900 nepaleses, o que representa vultosas quantidades de recursos naturais para promover as necessidades de um único individuo. Ao longo do desenvolvimento cientifico, as ciências Ecologia e Economia deveria ter seguido caminhos indissociáveis, visto que a primeira é definida como “estudo da casa” e a segunda como “regras da casa”, porém os cenários revelados historicamente e mais fortemente nos dias atuais comprovam os descompassos entre a produção, o consumo e o metabolismo dos materiais dispostos no meio ambiente. São observados na natureza processos cíclicos com reintegração de matérias como nos ciclos biogeoquímicos, do carbono, do nitrogênio, da água e de outros elementos essenciais à renovação da vida planetária.
A economia adota um modelo linear para os processos produtivos com a entrada de matérias primas e a saída de produtos e resíduos. Atualmente, os caminhos das ciências começam a aproximar-se na tentativa de mitigar impactos socioambientais visíveis em todo o mundo. Neste sentido, destaca-se a perspectiva de reaproveitamento, tratamento e reciclagem de matérias que propicia o alivio das desigualdades sociais na maioria dos municípios brasileiros.
Não admitindo o “cinismo da reciclagem” que busca perpetuar o modelo econômico aí posto, de consumir mais para gerar mais, porém refletir as possibilidades de adoção da pedagogia dos ERRES- seguindo as prioridades: REPENSAR ATOS DE CONSUMO, REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR, como formas de respeitar os limites de regeneração dos recursos naturais e promover a inclusão social.
Nesta perspectiva, há cinquenta anos, é revelado um caminho pelos “extrativistas urbanos”, cuja classificação brasileira de ocupação – CBO denomina-os de catadores de materiais recicláveis. Homens e mulheres catam, separam, prensam, beneficiam, comercializam, limpam e atuam no gerenciamento dos resíduos urbanos com gratuidade, resgatando nas ruas e nos lixões materiais passiveis de reaproveitamento nos ciclos da reciclagem.
Nesta perspectiva, há cinquenta anos, é revelado um caminho pelos “extrativistas urbanos”, cuja classificação brasileira de ocupação – CBO denomina-os de catadores de materiais recicláveis. Homens e mulheres catam, separam, prensam, beneficiam, comercializam, limpam e atuam no gerenciamento dos resíduos urbanos com gratuidade, resgatando nas ruas e nos lixões materiais passiveis de reaproveitamento nos ciclos da reciclagem.
Vejamos, pois, como geradores de resíduos, o que devemos fazer?
A promoção das organizações de catadores tem inicio no ato do descarte, nas fontes geradoras, quais sejam: residências, escolas, clubes, bancos, comércios, condomínios, instituições públicas e privadas, empresas, indústrias e outros. A separação dos resíduos na fonte geradora possibilita a máxima recuperação da matéria prima e sua valorização comercial auferindo melhores preços e ganhos para as organizações de catadores. Não utilizemos como pretexto a tão usada expressão -“não separo o meu lixo porque o caminhão da limpeza junta tudo”. As soluções indicam modelos de gestão integrada, onde as responsabilidades são divididas e compartilhadas entre gestores e munícipes e então reflitamos que “a porta da transformação começa em cada um de nós”.
Texto de autoria da Professora Luiza Eugênia da Mota Rocha Cirne.
Texto de autoria da Professora Luiza Eugênia da Mota Rocha Cirne.